Entra, divino Amigo, entra.
Sê complacente, porém, pois em meu íntimo
tudo está desarrumado e em dores.
Humana e precariamente,
meu coração é um ninho desfeito
pelos abalos da tormenta,
no qual pulsa a marca da saudade...
a pesada presença de uma ausência.
Entra, Senhor.
Preciso da tua luz nesta sombra
em que gemo e choro e espero
a criança que não voltará
aos meus braços.
Tu que livraste endemoninhados,
livra-me do demônio da solidão;
Tu, cujas mãos tocaram enfermos
tirando-lhes males de tantos anos,
toca este meu coração que parece bater
na doença do inconformismo.
E se me é necessária dor tamanha,
entra e fica comigo neste transe duro,
porque a tua presença, Amigo Amado,
é o suficiente amparo
para que haja em meu sofrer dignidade,
e esperança em meu desespero.
Vem, Amigo. Ensina-me a grandeza
dos calvários. Engrandece a minha pequenez.
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