"Esta sou EU..."

Meu nome é Luanna Dâmaso e recentemente passei pela maior perda que uma mãe pode ter, "perder seu filho". Meu amado Enzo Luiz estava apenas com dois dias de nascido e infelizmente devido a problemas de saúde (cardiopatia congênita e membrana hialina) teve que retornar ao céu...
No entanto, fiz para ele este espaço, pequeno e simples para homenageá-lo...

Anjo pequenino - mamãe, papai e seu amado irmãozinho te amam...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O NASCER PARA O ALÉM...

Há quem morra todos os dias.
Morre no orgulho, na ignorância, na fraqueza.
Morre um dia, mas nasce outro.
Morre a semente, mas nasce a flor.
Morre o homem para o mundo, mas nasce para Deus.
Assim, em toda morte, deve haver uma nova vida.
Esta é a esperança do ser humano que crê em Deus.
Triste é ver gente morrendo por antecipação...
De desgosto, de tristeza, de solidão.
Pessoas fumando, bebendo, acabando com a vida.
Essa gente empurrando a vida.
Gritando, perdendo-se.
Gente que vai morrendo um pouco, a cada dia que passa.
E a lembrança de nossos mortos, despertando, em nós, o desejo de abraçá-los outra vez.
Essa vontade de rasgar o infinito para descobri-los.
De retroceder no tempo e segurar a vida.
Ausência: - porque não há formas para se tocar.
Presença: - porque se pode sentir.
Essa lágrima cristalizada, distante e intocável.
Essa saudade machucando o coração.
Esse infinito rolando sobre a nossa pequenez.
Esse céu azul e misterioso.

Ah! Aqueles que já partiram!
Aqueles que viveram entre nós.
Que encheram de sorrisos e de paz a nossa vida.
Foram para o além deixando este vazio inconsolável.
Que a gente, às vezes, disfarça para esquecer.
Deles guardamos até os mais simples gestos.
Sentimos, quando mergulhados em oração, o ruído de seus passos e o som de suas vozes.
A lembrança dos dias alegres.
Daquela mão nos amparando.
Daquela lágrima que vimos correr.
Da vontade de ficar quando era hora de partir.
Essa vontade de rever aquele rosto.
Esse arrependimento de não ter dado maiores alegrias.
Essa prece que diz tudo.
Esse soluço que morre na garganta...
E...
Há tanta gente morrendo a cada dia, sem partir.
Esta saudade do tamanho do infinito caindo sobre nós.
Esta lembrança dos que já foram para a eternidade.
Meu Deus!
Que ausência tão cheia de presença!
Que morte tão cheia de esperança e de vida!
Texto: Padre Juca

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

"Pedaço de mim" - Chico Buarque

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

"Ainda há tempo"

Achei linda esta mensagem que vi no blog http://luznosmomentos.blogspot.com e resolvi partilhar com todos...


Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é efêmera, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes.
Muitas flores são colhidas cedo demais. Algumas, mesmo ainda em botão. Há sementes que nunca brotam e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que, pétala por pétala, tranqüilas, vividas, se entregam ao vento.
Mas a gente não sabe adivinhar. A gente não sabe por quanto tempo estará enfeitando esse Éden e tampouco aquelas flores que foram plantadas ao nosso redor. E descuidamos. Cuidamos pouco. De nós, dos outros.
Nos entristecemos por coisas pequenas e perdemos minutos e horas preciosos. Perdemos dias, às vezes anos.
Nos calamos quando deveríamos falar; falamos demais quando deveríamos ficar em silêncio. Não damos o abraço que tanto nossa alma pede porque algo em nós impede essa aproximação. Não damos um beijo carinhoso "porque não estamos acostumados com isso" e não dizemos que gostamos porque achamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos.
E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e adormece e continuamos os mesmos, fechados em nós. Reclamamos do que não temos, ou achamos que não temos suficiente. Cobramos. Dos outros. Da vida. De nós mesmos. Nos consumimos.
Costumamos comparar nossas vidas com as daqueles que possuem mais que a gente. E se experimentássemos comparar com aqueles que possuem menos? Isso faria uma grande diferença!
E o tempo passa...
Passamos pela vida, não vivemos. Sobrevivemos, porque não sabemos fazer outra coisa.
Até que, inesperadamente, acordamos e olhamos pra trás. E então nos perguntamos: e agora?!
Agora, hoje, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa, de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa, de agradecer pelo que temos.
Nunca se é velho demais ou jovem demais para amar, dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso.
Não olhe para trás. O que passou, passou. O que perdemos, perdemos.
Olhe para frente!
Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor. Ainda é tempo de voltar-se para Deus e agradecer pela vida, que mesmo efêmera, ainda está em nós.
Pense!... Se você está ouvindo esta mensagem é porque ainda tem tempo!!!
Não o perca mais!...
(Letícia Thompson)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

1 ano...

Olá meu filho, a mamãe andou sumida né? É que estava me faltando coragem para entrar aqui no seu cantinho devido a data tão especial que foi seu aniversário de um aninho...1 aninho no céu. A tristeza ainda é a mesma, a falta que você me faz ainda me consome e até hoje não encontrei nada que pudesse me distrair nos momentos de saudade, ainda choro pelos cantos, no carro, na rua, ou em qualquer lugar que eu esteja, ainda faço planos para nós, ainda sinto seu cheiro. As vezes fico na cozinha ouvindo os passarinhos cantando assim como fazia quando ainda estava aqui, faço muitas coisas que fazia quando eu tinha você perto de mim. Dói muito pensar que tive que deixar o tempo me levar, me arrastei por estes últimos doze meses e não há nada que ninguém diga que mude meu sentimento; já fiz cursos, já viagem, já arrumei um emprego e nada disso é válido quando se tem um buraco tão imenso no peito. Meu anjo, vou ficando por aqui na certeza que sempre estaremos juntos em pensamento...Beijos da sua mamãe...

Que estes balões alcancem sua nova morada e deixe o céu mais colorido.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Dez meses...

Dez meses já se passaram desde que você partiu...há dez meses deixei de ser quem eu era para ser apenas metade de mim. Não tem sido fácil ver na televisão tantas mães que se "desfazem" de seus filhos como se fossem brinquedos ou simplesmente coisas sem valores, enquanto tudo o que eu mais queria era tê-lo ao meu lado. Mas dizem que para tudo DEUS tem um propósito, mas sinceramente que propósito é este??? Enquanto mães que se prepararam choram a dor da perda e tentam conviver com esta ferida pelo resto da vida, outras simplesmente jogam seus filhos em lagos, rios, lixeiras, sacolas...Hoje é o aniversário do seu pai, o primeiro depois que partiu, foi também meu primeiro "dia das mães" SEM VOCÊ AQUI...e foi horrível, não consegui dar um abraço caloroso em ninguém, por mais que tentei. O seu irmão fez uma apresentação linda na escola, na qual ele coroava a mamãe com uma coroa de flores, desejei você ali ao meu lado, com aqueles olhinhos azuis, participando de tudo e me coroando junto. As vezes imagino tantas coisas para te falar, para escrever aqui mas tudo some da cabeça, não consigo entender, acho que é a emoção, porém bens sabe que todas as noites converso e rezo para você e tenho certeza que estas palavras lhe chegam aos ouvidos como um sussurro. Filho amado, te amaremos para sempre e você sempre será nosso anjo iluminado...

domingo, 17 de abril de 2011

9 Meses...

É engraçado como o tempo passou, de certa forma até rápido demais e parece que tudo ainda está como antes, pelo menos para mim. Não sei se será sempre assim, mas em dias como este não tenho vontade de muita coisa não, prefiro ficar em casa e ninguém compreende isso, talvez por ninguém sentir o que sinto, da forma como sinto. A falta ainda me sufoca, ainda me deixa atordoada em certos momentos, principalmente nos dias que deveria ser comemorados (como há dois dias atrás, que meu anjo estaria fazendo noves meses de vida). Gosataria muito que todos compreendessem que não é por graça que as vezes me isolo, não é para chamar a atenção e nem para ficar eternizando sofrimento, é simplesmente pelo fato de realmente não me sentir bem e nem me sentir atraida por certos programas. Em dias como esse, gostaria de nem mesmo sair da cama, mas tenho um filho aqui ao meu lado que não merece passar por toda essa dor novamente então é mais um motivo para que eu deixe com que ele saia e passeie, que aproveite momentos que eu não posso proporcionar a ele nestes dias. Está sendo uma semana difícil, mas tenho certeza que dias melhores virão; e sempre veem, amanhã estarei melhor e em outros dias iguais, mas na certeza que se vive um dia de cada vez...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Crianças de Realengo - RJ

Quanta tristeza ver o que aconteceu com aquelas crianças, tão indefesas diante de tamanha injustiça. Entristeço em pensar que junto com estas crianças foram os sonhos de suas famílias, são doze pais que sofrem, são doze pais que terão que tirar um prato da mesa, são doze casas que não contara com os risos, alegrias, conversas e tantos outros acontecimentos. É triste ver que estas pessoas terão que aprender a conviver com esta dor que dilacera, que toma conta do coração e dos pensamentos; é triste pensar que o tempo irá passar mesmo que este se arraste, mas é assim que acontece; o tempo não para, o tempo não nos espera cicatrizar as feridas e muitas pessoas ainda acham que ele ajuda, mas na verdade apenas transforma o desespero do início da perda em sentimento único para cada ser envolvido na história, neste caso, na tragédia.
Que estas famílias assim como estas crianças consigam achar a paz que tanto necessitam, que este algoz tenha também esta mesma paz, pois somos todos filhos do mesmo criador e cabe a ELE dar-nos a cruz para carregar; o fardo pesado ou leve; assim também como só cabe a ELE o nosso julgamento perante a morte.