"Esta sou EU..."

Meu nome é Luanna Dâmaso e recentemente passei pela maior perda que uma mãe pode ter, "perder seu filho". Meu amado Enzo Luiz estava apenas com dois dias de nascido e infelizmente devido a problemas de saúde (cardiopatia congênita e membrana hialina) teve que retornar ao céu...
No entanto, fiz para ele este espaço, pequeno e simples para homenageá-lo...

Anjo pequenino - mamãe, papai e seu amado irmãozinho te amam...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O NASCER PARA O ALÉM...

Há quem morra todos os dias.
Morre no orgulho, na ignorância, na fraqueza.
Morre um dia, mas nasce outro.
Morre a semente, mas nasce a flor.
Morre o homem para o mundo, mas nasce para Deus.
Assim, em toda morte, deve haver uma nova vida.
Esta é a esperança do ser humano que crê em Deus.
Triste é ver gente morrendo por antecipação...
De desgosto, de tristeza, de solidão.
Pessoas fumando, bebendo, acabando com a vida.
Essa gente empurrando a vida.
Gritando, perdendo-se.
Gente que vai morrendo um pouco, a cada dia que passa.
E a lembrança de nossos mortos, despertando, em nós, o desejo de abraçá-los outra vez.
Essa vontade de rasgar o infinito para descobri-los.
De retroceder no tempo e segurar a vida.
Ausência: - porque não há formas para se tocar.
Presença: - porque se pode sentir.
Essa lágrima cristalizada, distante e intocável.
Essa saudade machucando o coração.
Esse infinito rolando sobre a nossa pequenez.
Esse céu azul e misterioso.

Ah! Aqueles que já partiram!
Aqueles que viveram entre nós.
Que encheram de sorrisos e de paz a nossa vida.
Foram para o além deixando este vazio inconsolável.
Que a gente, às vezes, disfarça para esquecer.
Deles guardamos até os mais simples gestos.
Sentimos, quando mergulhados em oração, o ruído de seus passos e o som de suas vozes.
A lembrança dos dias alegres.
Daquela mão nos amparando.
Daquela lágrima que vimos correr.
Da vontade de ficar quando era hora de partir.
Essa vontade de rever aquele rosto.
Esse arrependimento de não ter dado maiores alegrias.
Essa prece que diz tudo.
Esse soluço que morre na garganta...
E...
Há tanta gente morrendo a cada dia, sem partir.
Esta saudade do tamanho do infinito caindo sobre nós.
Esta lembrança dos que já foram para a eternidade.
Meu Deus!
Que ausência tão cheia de presença!
Que morte tão cheia de esperança e de vida!
Texto: Padre Juca

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

"Pedaço de mim" - Chico Buarque

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

"Ainda há tempo"

Achei linda esta mensagem que vi no blog http://luznosmomentos.blogspot.com e resolvi partilhar com todos...


Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é efêmera, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes.
Muitas flores são colhidas cedo demais. Algumas, mesmo ainda em botão. Há sementes que nunca brotam e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que, pétala por pétala, tranqüilas, vividas, se entregam ao vento.
Mas a gente não sabe adivinhar. A gente não sabe por quanto tempo estará enfeitando esse Éden e tampouco aquelas flores que foram plantadas ao nosso redor. E descuidamos. Cuidamos pouco. De nós, dos outros.
Nos entristecemos por coisas pequenas e perdemos minutos e horas preciosos. Perdemos dias, às vezes anos.
Nos calamos quando deveríamos falar; falamos demais quando deveríamos ficar em silêncio. Não damos o abraço que tanto nossa alma pede porque algo em nós impede essa aproximação. Não damos um beijo carinhoso "porque não estamos acostumados com isso" e não dizemos que gostamos porque achamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos.
E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e adormece e continuamos os mesmos, fechados em nós. Reclamamos do que não temos, ou achamos que não temos suficiente. Cobramos. Dos outros. Da vida. De nós mesmos. Nos consumimos.
Costumamos comparar nossas vidas com as daqueles que possuem mais que a gente. E se experimentássemos comparar com aqueles que possuem menos? Isso faria uma grande diferença!
E o tempo passa...
Passamos pela vida, não vivemos. Sobrevivemos, porque não sabemos fazer outra coisa.
Até que, inesperadamente, acordamos e olhamos pra trás. E então nos perguntamos: e agora?!
Agora, hoje, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa, de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa, de agradecer pelo que temos.
Nunca se é velho demais ou jovem demais para amar, dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso.
Não olhe para trás. O que passou, passou. O que perdemos, perdemos.
Olhe para frente!
Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor. Ainda é tempo de voltar-se para Deus e agradecer pela vida, que mesmo efêmera, ainda está em nós.
Pense!... Se você está ouvindo esta mensagem é porque ainda tem tempo!!!
Não o perca mais!...
(Letícia Thompson)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

1 ano...

Olá meu filho, a mamãe andou sumida né? É que estava me faltando coragem para entrar aqui no seu cantinho devido a data tão especial que foi seu aniversário de um aninho...1 aninho no céu. A tristeza ainda é a mesma, a falta que você me faz ainda me consome e até hoje não encontrei nada que pudesse me distrair nos momentos de saudade, ainda choro pelos cantos, no carro, na rua, ou em qualquer lugar que eu esteja, ainda faço planos para nós, ainda sinto seu cheiro. As vezes fico na cozinha ouvindo os passarinhos cantando assim como fazia quando ainda estava aqui, faço muitas coisas que fazia quando eu tinha você perto de mim. Dói muito pensar que tive que deixar o tempo me levar, me arrastei por estes últimos doze meses e não há nada que ninguém diga que mude meu sentimento; já fiz cursos, já viagem, já arrumei um emprego e nada disso é válido quando se tem um buraco tão imenso no peito. Meu anjo, vou ficando por aqui na certeza que sempre estaremos juntos em pensamento...Beijos da sua mamãe...

Que estes balões alcancem sua nova morada e deixe o céu mais colorido.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Dez meses...

Dez meses já se passaram desde que você partiu...há dez meses deixei de ser quem eu era para ser apenas metade de mim. Não tem sido fácil ver na televisão tantas mães que se "desfazem" de seus filhos como se fossem brinquedos ou simplesmente coisas sem valores, enquanto tudo o que eu mais queria era tê-lo ao meu lado. Mas dizem que para tudo DEUS tem um propósito, mas sinceramente que propósito é este??? Enquanto mães que se prepararam choram a dor da perda e tentam conviver com esta ferida pelo resto da vida, outras simplesmente jogam seus filhos em lagos, rios, lixeiras, sacolas...Hoje é o aniversário do seu pai, o primeiro depois que partiu, foi também meu primeiro "dia das mães" SEM VOCÊ AQUI...e foi horrível, não consegui dar um abraço caloroso em ninguém, por mais que tentei. O seu irmão fez uma apresentação linda na escola, na qual ele coroava a mamãe com uma coroa de flores, desejei você ali ao meu lado, com aqueles olhinhos azuis, participando de tudo e me coroando junto. As vezes imagino tantas coisas para te falar, para escrever aqui mas tudo some da cabeça, não consigo entender, acho que é a emoção, porém bens sabe que todas as noites converso e rezo para você e tenho certeza que estas palavras lhe chegam aos ouvidos como um sussurro. Filho amado, te amaremos para sempre e você sempre será nosso anjo iluminado...

domingo, 17 de abril de 2011

9 Meses...

É engraçado como o tempo passou, de certa forma até rápido demais e parece que tudo ainda está como antes, pelo menos para mim. Não sei se será sempre assim, mas em dias como este não tenho vontade de muita coisa não, prefiro ficar em casa e ninguém compreende isso, talvez por ninguém sentir o que sinto, da forma como sinto. A falta ainda me sufoca, ainda me deixa atordoada em certos momentos, principalmente nos dias que deveria ser comemorados (como há dois dias atrás, que meu anjo estaria fazendo noves meses de vida). Gosataria muito que todos compreendessem que não é por graça que as vezes me isolo, não é para chamar a atenção e nem para ficar eternizando sofrimento, é simplesmente pelo fato de realmente não me sentir bem e nem me sentir atraida por certos programas. Em dias como esse, gostaria de nem mesmo sair da cama, mas tenho um filho aqui ao meu lado que não merece passar por toda essa dor novamente então é mais um motivo para que eu deixe com que ele saia e passeie, que aproveite momentos que eu não posso proporcionar a ele nestes dias. Está sendo uma semana difícil, mas tenho certeza que dias melhores virão; e sempre veem, amanhã estarei melhor e em outros dias iguais, mas na certeza que se vive um dia de cada vez...

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Crianças de Realengo - RJ

Quanta tristeza ver o que aconteceu com aquelas crianças, tão indefesas diante de tamanha injustiça. Entristeço em pensar que junto com estas crianças foram os sonhos de suas famílias, são doze pais que sofrem, são doze pais que terão que tirar um prato da mesa, são doze casas que não contara com os risos, alegrias, conversas e tantos outros acontecimentos. É triste ver que estas pessoas terão que aprender a conviver com esta dor que dilacera, que toma conta do coração e dos pensamentos; é triste pensar que o tempo irá passar mesmo que este se arraste, mas é assim que acontece; o tempo não para, o tempo não nos espera cicatrizar as feridas e muitas pessoas ainda acham que ele ajuda, mas na verdade apenas transforma o desespero do início da perda em sentimento único para cada ser envolvido na história, neste caso, na tragédia.
Que estas famílias assim como estas crianças consigam achar a paz que tanto necessitam, que este algoz tenha também esta mesma paz, pois somos todos filhos do mesmo criador e cabe a ELE dar-nos a cruz para carregar; o fardo pesado ou leve; assim também como só cabe a ELE o nosso julgamento perante a morte.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Estrofes de músicas que me lembram você...

"Você é assim, um sonho pra mim e quando eu não te vejo. Eu penso em você, desde o amanhecer até quando eu me deito..." (Velha infância - Tribalistas)

"Hoje a tristeza não é passageira, hoje fiquei com febre a tarde inteira e quando chegar a noite cada estrela
parecerá uma lágrima..." (A Via Láctea - Legião Urbana)

"É tão estranho os bons morrem jovens, assim parece ser quando me lembro de você que acabou indo embora cedo demais..." (Os bons morrem jovens - Legião Urbana)

"Só por hoje eu não quero mais chorar; Só por hoje eu não vou me destruir; Posso até ficar triste se eu quiser É só por hoje, ao menos isso eu aprendi..." (Só por hoje - Legião Urbana)


"Agimos certo sem querer, foi só o tempo que errou, vai ser difícil sem você porque você esta comigo o tempo todo e quando vejo o mar, existe algo que diz que a vida continua e se entregar é uma bobagem...
Já que você não está aqui o que posso fazer é cuidar de mim. Quero ser feliz ao menos, lembra que o plano
Era ficarmos bem..." (Vento no litoral - Legião Urbana)

"Would you know my name if I saw you in Heaven? Will you be the same, if I saw you in Heaven?
I must be strong and carry on 'Cause I know I don't belong; Here in Heaven..." (Tears in heaven - Eric Clapton)

terça-feira, 29 de março de 2011

Tentando seguir em frente....

Bom, após um tempo procurando um novo médico(a) fui em uma excelente, conversamos bastante sobre o problema que vitimou meu amado anjinho, e ela prática como todos da categoria me explicou que ele foi como uma máquina bem montada mas que por algum motivo não funcionou quando precisava, que isso era mais comum que imaginado e que eu não deveria me preocupar com a razão porque provavelmente foi mais uma fatalidade do que um problema genético. Falou-me também que estava na hora de pensar em ter outro filho, pois dificilmente depois do que aconteceu e por já ter um filho ficariamos sem ter outro, mas será que está realmente na hora de engravidar novamente???? Duvida que paira, pois a gravidez do Enzo Luiz não foi programada, nem sequer queriamos ter outro filho, mas aconteceu, e agora fico pensando se não seria um descaso com meu anjo planejar uma terceira gravidez depois do que aconteceu conosco. As duvidas são tantas, a incerteza de tentar de novo ainda mais quando a vontade de ter um filho nos braços para alegrar novamente nossa casa existe somente em meu coração. Pois é, tudo muito confuso, mas ás vezes penso que terei que fazer como diz o Zeca Pagodinho: "Deixa a vida me levar, vida leva eu...."

quarta-feira, 16 de março de 2011

8 meses...

Meu anjo, ontem fez oito meses que vieste ao mundo e amanhã faz oito meses que partiste. Sua estadia por aqui foi pequena e intensa deixando muita saudade para todos nós. É incrível como todos aqueles sentimentos se modificaram tanto, embora alguns bem mais que outros, porém a dúvida e a culpa ainda me acompanham, mas tenho certeza que chegará uma hora em que a mamãe consiguirá aliviar um pouco estes sentimentos de dentro do peito. Saudades eternas de você anjinho amado. Temos rezado muito para você, para os nossos entes queridos que estão junto a ti e para todas as pessoas que estão precisando de preces.

Beijos de uma mãe saudosa e eternamente grata por ter gerado você por nove meses...

segunda-feira, 7 de março de 2011

Vazio


Se a morte de alguém querido causa uma dor profunda, no caso de um filho, só alguém que passou poderá dizer. Não dá para conceber tal ideia, principalmente para as mães que um dia foram uma unidade com seus pequenos – eram um só. Época em que a existência deles dependia exclusivamente delas. Sentimento que prossegue pela vida e que, em momentos como esses, algumas chegam a se perguntar o que fizeram de errado ou o que deixaram de fazer para que isso acontecesse.
Por mais que se diga a elas que não fizeram nada, ainda assim, de alguma forma, sentem-se responsáveis. E vazias. Vazias de um pedaço de si, de sua continuidade, de seu fruto, de seu grande amor. As mães morrem um pouco com eles. Não existe consolo. Só o tempo poderá ajudar, tendo a certeza de que essa era a história do filho querido.
Para os que as acompanham, como é difícil encará-las, pois ao fazerem isso, têm que encarar também seus temores diante da morte e da perda. E o que dizer a elas? Nada. Que ninguém ouse dizer que sabe o que elas estão sentindo. Ninguém sabe, só quem passou pela mesma dor. Que para cada um é única. Se for possível acolhê-las e ouvi-las, não é preciso mais nada.
Pessoa alguma deveria passar pelo que as mães e os pais que perderam seus filhos passam. Mas, como disse, a vida não é reta. Não temos poder sobre seus caminhos.

PERDER ALGUÉM QUERIDO

PERDER ALGUÉM QUERIDO
Pe. Zezinho,SCJ
Não há palavras para expressá-la, não há livro que a descreva. Por isso, o
melhor jeito é consolar, é falar pouco, orar junto, sentir junto e estar
presente cada uma do jeito que sabe.
Palavras não explicam a morte de alguém querido. Sabem disso o pai, a mãe ,
os filhos , os irmãos , o namorado e a namorada, o marido e a mulher, amigos
de verdade.Quando o outro morre, parte do mistério da vida vai com ele. A
parte que fica torna-se ainda mais intrigante. Descobrimos a relação
profunda entre a vida e a morte.quando alguém que era a razão, ou uma das
razões, de nossa vida vai se embora.
Para onde? Para quem? Está me ouvindo? A gente vai se ver de novo? Como será
o nosso reencontro? Acabou-se para sempre, ou ela apenas foi antes? Por que
agora? Por que desse jeito? As perguntas insistem em aparecer e as respostas
não parecem claras. Dói,dói,dói e dói...
Então a gente tenta assimilar o que não se explica. Cada um do jeito que
sabe. Há o que bebe, o que fuma, o que grita, o que abandona tudo, o que
agride, o que chora silencioso num canto, o que chama Deus para uma briga, o
que mergulha no fatalismo e o que, mesmo sem entender ou crer, aposta na fé.
Um dia nos veremos de novo... Enquanto esse dia não vem, que eu amo e se foi
me vê, me ouve e ora por mim lá, junto de Deus. Para ela, a vida tem, agora,
uma outra dimensão .Alcançou o definitivo.
Quem fica perguntando e sofrendo somos nós. Mas , como a vida é um riacho
que logicamente deságua, a nossa vez também soará e, quando isso acontecer,
então não haverá mais lágrimas. As que aqui foram choradas terão a sua
explicação. Por enquanto, fica apenas o mistério. Alguém que não sabemos,
porque nasceu de nós e porque cresceu em nós, porque entrou tão cheio em
nossa vida, fechou os olhos e foi-se embora.
Quem ama de verdade não crê que se acabou. A vida é uma só: começa aqui no
tempo e continua, depois, na ausência de tempo e limite. Alguém a quem
amamos se tornou eterno. E essa pessoa já sabe quem e como Deus é. E também
sabe o porquê de sua partida. Por isso, convém falar com ela e mandar
recados a Deus por meio dela.
Se ela está no céu, então alguém, além de Deus, de Jesus e dos Santos, se
importa conosco. Definitivamente, não estamos sozinhos por mais que doa a
solidão de havê-la perdido.
Mas é apenas por pouco tempo. Quem amou aqui, sem dúvida, se reencontra no
infinito...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Luto...

Um luto nunca se parece com outro; e mais ainda porque o luto não é um sentimento, é um turbilhão deles. A cada momento, os sentimentos diversos (e conflitantes, e contraditórios) se rearranjam em uma composição diferente e inesperada. O luto, enfim, é uma tempestade dentro do coração. A maioria de nós consegue sim, resistir a essa tempestade; assim como cada luto é único, cada individuo parece também dispor de estratégias próprias para conviver com o luto até que ele amaine. É comum que na tentativa de confortar o enlutado, as pessoas que o cercam, os profissionais de saúde e os livros de autoajuda proponham receitas (deve-se falar sobre os sentimentos, e não guardá-los; deve-se agir, e não cair na introspecção; deve-se pensar nos que ainda estão vivos, e não em quem se foi. O que estudos recentes indicam, porém é que essas regras podem ajudar alguns enlutados, mas não todos, nem qualquer um. Quando funcionam é mais por acaso estatístico do que por solidez científica ou empírica. Há uma crença generalizada de que o luto é uma espécie de tarefa, algo que é preciso enfrentar, trabalhar, digerir e abraçar. Salvo exceções, o luto não requer que o enlutado brigue com a dor ou consigo mesmo. Se ele se entrega ao desespero em toda a sua intensidade ou "ausenta-se" de si e de seu entorno, se prefere falar ou calar, ainda que as aparências sugiram o contrário, cada um de nós tende a responder de maneira mais eficaz possível aos instintivos da sobrevivência psíquica e da superação. São muitos os aspectos que influenciam o caminho que o luto vai percorrer. O mais importante deles é a intensidade do vínculo que se mantinha com a pessoa falecida: quanto mais amor, mais dor. Processar todos os fatores das circunstâncias da morte é árduo, infinitamente dolorido e demorado, e também é normal.

*Resumo da matéria da Revista Veja (23 de fevereiro de 2011).

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

7 meses...

Meu pequeno tesouro, hoje você estaria fazendo 7 meses. Penso todos os dias em como você estaria, o que estaria fazendo, nos sorrisos, no som da sua"voz" ao brincar com a mamãe, mas no lugar disso tudo ficou somente suposições, saudades e tristezas. Outra noite sonhei com você, mas como sempre não pude tê-lo nos braços e mais uma vez me senti frustada. Seu irmão também sente muito sua falta, ultimamente ele tem tido momentos de tristeza mas nunca fala nada para a mamãe; e também sempre quando vamos a algum lugar que tem alguém com um bebê e uma outra criança ele olha para eles então olha para mim com um olhar vazio, um olhar de dó dos meus sentimentos e ao mesmo tempo de "saudade" por não ter vivido estes momentos com você. Aquele tempo que todos disseram que só iria ajudar por amenizar as coisas, eu não penso dessa forma, acho que não ameniza apenas transforma. Meu filho a mamãe fica por aqui pois a emoção não me deixa mais escrever nada, nem tão pouco pensar direito. Abraços de uma mãe saudosa e de uma certa forma "desesperada". 

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

VEM E AJUDA

Repara além das rosas do teu horto,
Onde a luz do teu sonho brilha e mora,
Os romeiros que seguem, vida a fora,
Padecendo aflição e desconforto.

Infortunados náufragos sem porto,
Tristes, rogando a paz de nova aurora,
Levam consigo a dor que clama e chora,
Sob as chagas do peito quase morto...

Não te detenhas!...Vem, socorre e ajuda
A multidão que passa, inquieta e muda,
Implorando-te amor, consolo e abrigo!

Reparte o pão que te enriquece a mesa,
Estendendo o teu horto de beleza,
E o Mestre Amado habitará contigo.

                                                    (Do livro:Auta de Souza, Psicografia de Chico Xavier)

MORTOS AMADOS...


   Na Terra, quando perdemos a companhia de seres amados, ante a visitação da morte sentimo-nos como se nos arrancassem o coração para que se faça alvejado fora do peito.
   Ânsia de rever sorrisos que se extinguiram, fome de escutar palavras que emudeceram...
   Se varas semelhantes sombras de saudade e distância, se o vazio te atormenta o espirito, asserena-te e ora, como saibas e como possas, desejando a paz e segurança dos entes inesqueciveis que te antecederam na Vida Maior.
   Lembra a criatura querida que não mais compartilha as experiências no Plano Físico, não por pessoa que desapareceu para sempre e sim à feição de criatura invisivel mas não de todo ausente...
   Enfeita-lhes a memória com as melhores lembranças que consigas enfileirar e busca tranquiliza-los com apoio de tua conformidade e de teu amor.
   Se te deixas vencer pela angústia, ao recorda-lhes a imagem; sempre que se vejam em sintonia mental contigo, ei-los que suportam angústia maior, de vez que passam a carregar as próprias aflições sobretaxadas com as tuas...
   Chora, quando não possas evitar o pranto que se te derrama da alma; no entanto, converte quando possível as próprias lágrimas em bênçãos de trabalho e preces de esperança, porquanto eles todos te ouvem o coração na Vida Superior, sequiosos de se reunirem contigo para o reencontro no trabalho do próprio aperfeiçoamento, à procura do amor sem ADEUS.
                                                        
                                                  (FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER/ JOSÉ HERCULANO PIRES)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

5 e 6 meses....

Filho amado, a mamãe não tem aparecido aqui no seu cantinho né? Mas não pense que te esqueci, nem mesmo por um segundo sequer, é que ainda doi muito e tem dias que não consigo relembrar tudo o que se passou (o que na verdade é quase impossível isso acontecer), mas enfim, voltei...
Voltei para te dizer que te amo demais e que durante todos esses dias onde fui imaginava você lá, como estaria, o que estaria fazendo. A máquina fotográfica com suas fotos estava sempre comigo, pois assim pude te levar em todos os lugares, embora já estivesse em meu coração e mente. Eu sempre tenho tanto a te falar meu filho mas quando sento em frente a esta tela e começo a digitar as palavras somem e a emoção fala mais alto e acabo chorando e me esquecendo do queria escrever; mas tenho certeza que você, na condição de anjo sublime sabe o que se passa aqui dentro. A mamã foi no cemitério e o papai plantou umas florzinhas vermelhas para você, para não ficar tão triste (impossível) e abandonado seu túmulo. Filho, despeço-me por enquanto e prometo que não ficarei mais tanto tempo sem vir aqui.
Ah, já ia me esquecendo, este foi nosso primeiro NATAL sem você, o primeiro de inúmeros e foi horrível não poder comprar seque um presentinho para te entregar, ver toda a felicidade do seu irmão e priminhos e não poder ver sua carinha diante de tantas luzes, de tantos enfeites, de tanta (suposta) FELICIDADE.....
FILHO TE AMO MUITO, voltarei em breve...
BEIJOS....